
Já no segundo tudo é diferente. O espaço é apenas de 1 ano, no máximo 2, que divididos com os compromissos de divulgação, shows e turnê, não permitem ao artista uma pausa adequada para se dedicar à composição.
Acho que o James Blunt não conseguiu escapar dessa maldição.
Seu novo álbum "All the Lost Souls", lançado neste mês, é muito inferior ao primeiro. Sendo sincero, ele é bem fraco mesmo. A qualidade e criatividade melódica de "Back to Bedlam", para mim, melhor disco de 2004, não estão ali.
Parece que Blunt fez um CD no estilo das piores canções de seu primeiro trabalho. Arranjos repetitivos e conduções rítmicas iguais tornam o CD muito chato. Como se Blunt tivesse ligado um gravador e fosse compondo um monte de músicas de uma só vez. Sem parar para pensar. Sem ouvir o que estava fazendo. As músicas parecem datadas, remetendo a um Bee Gees antes da fase "Disco", num típico som anos 70 USA, mas não o 70 Rock and Roll.
E Blunt tem uma prova contra seu trabalho, produzida por ele mesmo: a música "Same Mistake", que destoa de todas as outras faixas e nos mostra o melhor do músico inglês. Esta com certeza poderia estar no primeiro disco do cantor sem fazer feio.
Ainda bem que estamos na era do mp3. Você pode comprar apenas esta faixa e não sair no prejuízo.
Vale destacar o design gráfico de sua capa. A imagem de Blunt foi formada por uma série de pequenas fotos de pessoas, fazendo uma alusão a todos nós, as possíveis almas perdidas. Mesmo sendo uma idéia já batida, a execução ficou muito bem feita. (Clique na imagem acima e veja ampliada).
Clique no vídeo abaixo e escute "Same Mistake"